Trecho da matéria:
Vem da Bahia, terra de todos os santos, uma pesquisa que colabora na busca de se entender a expansão do Universo. Rodrigo von Marttens, cientista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), participou de uma pesquisa internacional que propõe um novo modelo cosmológico que consegue explicar alguns dos desafios observacionais enfrentados pelo modelo cosmológico padrão. Entre esses desafios está o recente resultado encontrado pela colaboração DESI (Dark Energy Spectroscopic Instrument), que indica um desvio considerável em relação ao atual paradigma. As observações do DESI são obtidas através de um instrumento instalado no Observatório Nacional de Kitt Peak, no Estado do Arizona (EUA), acoplado ao telescópio Mayall, de quatro metros de diâmetro de espelho principal. Ele é um espectrógrafo de última geração projetado para mapear a expansão do Universo e ajudar a entender a energia escura, a misteriosa força que acelera essa expansão, como supõem os cientistas.
No artigo “Novel Approach to Cosmological Nonlinearities as an Effective Fluid”, publicado no dia 15 de agosto no periódico científico Physical Review Letters (PRL), Rodrigo von Marttens junto aos cientistas da The University of Queensland (Austrália) Ryan Camilleri e Leonardo Giani, defendem a utilização de “fluídos” de matéria efetivos para além do modelo padrão. O termo “fluído” de matéria é utilizado para se referir à distribuição da matéria em escalas cosmológicas, que pode ser comparada a um fluido físico contínuo. O modelo ΛCDM utiliza-se de apenas um único fluído para descrever a matéria em grandes escalas no Universo. “De fato a distribuição de matéria no Universo parece uma teia, com regiões de maior densidade e regiões de menor densidade, além dos filamentos que interligam todo o sistema. No modelo padrão, tudo isso é descrito por um único fluido. Nossa hipótese é que esta descrição é muito simplista e não consegue capturar toda a contribuição da matéria na dinâmica do Universo. A teia cósmica é um sistema tão complexo que essas regiões de maior ou menor densidade possuem um efeito considerável na dinâmica do Universo”, diz von Marttens ao Boletim SBF.
Link da matéria na íntegra: https://www.sbfisica.org.br/v1/sbf/cientista-capixaba-contribui-para-est...