Histórico

O Programa de Pós-Graduação em Física (PPGFIS) do Instituto de Física da UFBA (IF-UFBA) foi criado, em 1975, com a implantação do curso de Mestrado, contendo uma única área de concentração: Física do Estado Sólido. Inicialmente, o Programa contava com um pequeno número de docentes com o título de doutor, em sua maioria professores visitantes. Como resultado de uma política de capacitação na década de 1980, vários docentes do IF-UFBA realizaram doutoramento, tanto no Brasil quanto no exterior. Isto permitiu que, em 1990, o Mestrado em Física fosse ampliado, incluindo duas áreas de concentração: Física da Matéria Condensada e Física Estatística. As iniciativas de capacitação do IF-UFBA levaram também à plena qualificação do corpo docente, sendo que em 1992, O PPGFIS possuía um total de 22 (vinte e dois) professores-doutores permanentes e 1 (um) professor visitante.

Ainda na década de 1990, foram criadas duas novas áreas de concentração no PPGFIS: Física Atômica e Molecular e Física Matemática-Teoria de Campos. Até 2006, o número de docentes permanentes permaneceu praticamente constante, com pouco mais de 20 (vinte) membros. Nesse período, alguns professores do IF-UFBA finalizaram seus doutoramentos em outras instituições, alguns novos doutores foram contratados e outros docentes se aposentaram ou finalizaram o vínculo empregatício com a UFBA. Ocorreram também desligamentos de docentes do PPGFIS. Com a política de expansão das Universidades Federais, o número de docentes cresceu, chegando a próximo de 30 docentes permanentes no Programa. Isto resultou na criação do curso de Doutorado em Física, no primeiro semestre de 2007 (40 anos depois da primeira defesa de Mestrado no Programa), com quatro áreas de concentração: Física Atômica e Molecular; Física dos Sólidos e Materiais; Física Estatística; e Teoria Quântica de Campos, Gravitação e Cosmologia.

Atualmente, o Programa de Pós-Graduação em Física conta com grupos de pesquisa estabelecidos em 7 linhas de pesquisa bem definidas. A saber: Física Atômica e Molecular; Física de Sólidos e Materiais; Física Estatística e Sistemas Complexos; Física de Superfícies e Nanomateriais; Física de Partículas e Campos; Gravitação e Cosmologia e Física Aplicada. Estas linhas envolvem pesquisadores experientes e jovens doutores contratados nos últimos anos, os quais realizam suas pesquisas em física básica (teórica e experimental), bem como em física aplicada a outras áreas do conhecimento. Destacam-se, neste caso, pesquisas em física aplicadas nas engenharias, à biomotricidade, à oceanografia e climatologia e a outros sistemas complexos.

Fazendo uma análise dos pouco mais de 40 anos, desde a criação do curso de Mestrado, podemos perceber o importante papel que a implantação do Doutorado desempenhou para o PPGFIS e para o IF-UFBA. Por exemplo, de 1977 (ano da primeira defesa) até 2016, titularam-se no Programa 182 mestres, distribuídos da seguinte forma: 1977 a 1986, 12 titulações; 1987 a 1996, 18 titulações; 1997 a 2006, 44 titulações; 2007 a 2016, 108 titulações. Além disso, desde a criação do doutorado, em 2007, titularam-se 57 doutores. No quadriênio 2013-2016, titularam-se 53 mestres e 22 doutores. No quadriênio 2017-2020, titularam-se 33 mestres e 32 doutores. Houve também um salto na qualidade da infraestrutura de laboratórios de pesquisa. Na proposta de criação do Doutorado submetido em 2006 à CAPES, o Programa contava com o apoio de dois laboratórios experimentais (o Laboratório de Fotoacústica e o Laboratório de Propriedades Óticas), além do Laboratório de Física Computacional Aplicada.

Após a aprovação do Doutorado, o Programa passou a contar com o suporte dos seguintes laboratórios instalados no IF-UFBA: Laboratório Multi-Usuário de Microscopia Eletrônica da UFBA (LAMUME), Laboratório de Propriedades Térmicas e Fotoacústicas (LPTF), Laboratório de Propriedades Óticas (LaPO), Laboratório de Espectroscopia Molecular e Filmes Finos (LEMFF), Laboratório de Medidas Elétricas (Lab. Hall), Laboratório de Materiais (LabMat), Laboratório de Isótopos Estáveis (LAISE), Laboratório de Certificação de Componentes de Sistemas de Energia Solar Fotovoltaica (LabSolar), Laboratório de Instrumentação XPS/UPS/LEED, Laboratório de Inovação Tecnológica de Reabilitação, e o Laboratório de Física Computacional Aplicada. Esse crescimento é resultado a uma política para o fortalecimento das pesquisas em áreas experimentais iniciadas junto com a criação do Doutorado, mantendo o apoio às áreas teóricas já consolidadas.

Com o objetivo de incentivar uma pesquisa experimental de alta qualidade e com alta produção científica, considerando os laboratórios já implantados, tem-se estimulado a contratação de docentes experimentalistas com alguma maturidade científica e com potencial para compor o quadro permanente do corpo docente do PPGFIS. A contratação de jovens doutores com tal perfil tem ocorrido, ainda que de forma suave, em anos recentes. Em 2019, o PPGFIS tinha 5 (cinco) docentes permanentes com mais de 1000 citações e outros 6 (seis) docentes que possuíam entre 500 e 900 citações em seus trabalhos científicos. O Programa contava também com 5 (cinco) pesquisadores permanentes com índice-H maior ou igual a 20 e outros 7 (sete) pesquisadores com índice-H maior do que 10. Reconhecemos que tais indicadores são relativamente modestos, considerando a área de Física no mundo, porém refletem um pouco da realidade nacional da área. Atualmente, dos 15 (quinze) docentes permanentes atuais, 10 (dez) são bolsistas de produtividade do CNPq.

Ainda com respeito à produção intelectual, foram também depositados ou concedidos o registro de 5 (cinco) patentes e 2 (dois) programas de computador no INPI. Os docentes do PPGFIS, individualmente ou por meio dos grupos de pesquisa, mantêm atividades de colaboração científica com diversas instituições de ensino e pesquisa nacionais e estrangeiras, resultando em diversas publicações conjuntas, inclusive com a participação de diversos estudantes de Mestrado e Doutorado do PPGFIS. Os estudantes titulados de Doutorado, em maior grau, mas também os de Mestrado, têm se inserido com sucesso no mercado de trabalho, principalmente em instituições públicas de ensino e pesquisa.

Do ponto de vista da avaliação pela CAPES, o curso de Doutorado iniciou com o conceito 4. Entretanto, o curso de Mestrado, na avaliação trienal de 2007, referente aos anos 2004 a 2006, teve mantido o seu conceito 3. Na avaliação seguinte, em 2010, o Programa como um todo foi finalmente avaliado com o conceito 4. Já na avaliação trienal 2010-2012, realizada ao longo de 2013, o Programa teve uma redução do seu conceito, de 4 para 3. Sem a apresentação de um plano de reestruturação, o PPGFIS sofreu uma nova queda no seu conceito, na avaliação trienal 2013-2015, chegando a ter sua continuidade não mais recomendada pela área Astronomia/Física, em 2016. Entretanto, mediante um recurso submetido à presidência da CAPES, seu conceito foi revisto para 3, garantindo sua continuidade até a avaliação quadrienal 2017-2020. 

Como parte das ações para reestruturar o PPGFIS, em 2019, um novo Colegiado foi constituído, bem como a aprovação de um novo regulamento com critérios rígidos de credenciamento/recredenciamento de docentes e de seleção de estudantes. Com os novos critérios, o credenciamento regular requer que os docentes ou pesquisadores permanentes já tenham conquistado maturidade e independência acadêmico-científica, com produção científica expressiva, compatível com a média nacional, e impacto internacional medido pelos indicadores cientométricos usuais. Por exemplo, número de artigos (absoluto e média anual), número de citações, índice-H e fator de impacto das publicações. Neste caso, enquadram-se pesquisadores que possuam mais de 30 (trinta) artigos publicados, com uma média anual igual ou superior a 2 (dois) artigos (qualificados na área Astronomia/Física) computada desde a sua titulação de doutorado.

Com as regras atuais, são requeridos para cada pesquisador 8 (oito) artigos científicos no quadriênio, publicados em periódicos classificados no sistema Qualis-Periódicos da CAPES nas categorias A ou B da área de Astronomia/Física, sendo destes, ao menos 4 artigos em revistas com classificação A1, A2 ou B1 na área de Astronomia/Física. Este critério de credenciamento já tem sido exigido, desde 2019, para as três categorias de docentes: Professor Permanente, Professor Colaborador e Professor Visitante. Ademais, em sua solicitação de credenciamento, o docente deverá apresentar ao Colegiado um Programa de Inserção, que também será avaliado. 

Finalmente, duas alterações na forma de ingresso de estudantes foram implementadas para melhorar a qualidade dos ingressantes e, visando diminuir o tempo de defesa médio dos cursos de Mestrado e Doutorado. A primeira alteração é a obrigatoriedade de realização do Exame Unificado de Pós-Graduações em Física (EUF), que já tem sido utilizado como critério eliminatório para ingresso. A segunda alteração torna necessária, para inscrição no processo seletivo, a apresentação de uma carta de aceite de um orientador, com descrição resumida das atividades de pesquisa pretendidas.

Abaixo, apresentamos um histórico das gestões do PPGFIS da década de 1990 até a atualidade.
 
Gestões do PPGFIS (1994 - Atual)
 
1994-1996 Coordenador: Delmiro Martinez Baqueiro / Vice-coordenador: Ossamu Nakamura
1996-1998 Coordenador: Ademir Eugênio de Santana / Vice-coordenador: Luiz Augusto Carvalho Malbouisson
1998-1998 Coordenador: Luiz Augusto Carvalho Malbouisson (pro tempore)
1998-2000 Coordenador: Jorge Mario Carvalho Malbouisson / Vice-coordenador: Ossamu Nakamura
2000-2001 Coordenador: Luiz Augusto Carvalho Malbouisson / Vice-coordenador: Ademir Eugênio de Santana
2001-2003 Coordenador: Arthur Matos Neto / Vice-coordenador: Ademir Eugênio de Santana
2003-2004 Coordenador: Arthur Matos Neto / Vice-coordenador: Antônio Ferreira da Silva
2004-2004 Coordenador: Antônio Ferreira da Silva (pro tempore)
2004-2007 Coordenador: Antônio Ferreira da Silva / Vice-coordenador: Frederico Vasconcellos Prudente
2007-2010 Coordenador: Antônio Ferreira da Silva / Vice-coordenador: Frederico Vasconcellos Prudente
2010-2011 Coordenador: Jorge Mario Carvalho Malbouisson / Vice-coordenador: Luciano Melo Abreu
2011-2012 Coordenador: Antônio Ferreira da Silva / Vice-coordenador: Luciano Melo Abreu
2012-2013 Coordenador: Antônio Ferreira da Silva / Vice-coordenador: Ângelo Marconi Maniero
2013-2013 Coordenador: Ângelo Marconi Maniero (pro tempore)
2013-2014 Coordenador: Antônio Ferreira da Silva / Vice-coordenador: Ângelo Marconi Maniero
2014-2015 Coordenador: Antônio Ferreira da Silva / Vice-coordenador: Maria das Graças Reis Martins
2015-2015 Coordenador: Maria das Graças Reis Martins (pro tempore)
2015-2016 Coordenador: Maria das Graças Reis Martins / Vice-coordenador: Mário Cezar Ferreira Gomes Bertin
2016-2016 Coordenador: Mário Cezar Ferreira Gomes Bertin (pro tempore)
2016-2017 Coordenador: Frederico Vasconcellos Prudente / Vice-coordenador: Mário Cezar Ferreira Gomes Bertin
2017-2018 Coordenador: Frederico Vasconcellos Prudente / Vice-coordenador: Humberto de Almeida Borges
2018-2018 Coordenador: Humberto de Almeida Borges (pro tempore)
2018-2019 Coordenador: Frederico Vasconcellos Prudente / Vice-coordenador: Humberto de Almeida Borges
2019-2020 Coordenador: Roberto Rivelino de Melo Moreno / Vice-coordenador: Thiago Albuquerque de Assis
2020-2022 Coordenador: Thiago Albuquerque de Assis / Vice-coordenador: Ernesto Pinheiro Borges
2022-atual Coordenador: Ernesto Pinheiro Borges / Vice-coordenador: Eliel Gomes da Silva Neto
 

 

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